New Paper: Extreme Citizen Science – a new approach (in Portuguese)

One of the advantages of working in a multi-disciplinary and culturally diverse group is that I can become co-author in languages that I do not speak. Carolina Comandulli, who is doing her PhD research in the Brazil/Peru border area, led on the writing of a paper on ‘Extreme Citizen Science’ – we have collaborated on the writing in English, and then the paper was translated. you can find it in the ICMBIO website and the title and abstract (in Portuguese) are provided below.

Carolina Comandulli, Michalis Vitos, Gillian Conquest, Julia Altenbuchner, Matthias Stevens, Jerome Lewis, Muki Haklay

 

A conservação da biodiversidade é uma questão que tem preocupado o mundo todo. Nas últimas décadas, centenas de áreas protegidas foram criadas para assegurar a preservação da biodiversidade no planeta. Um grande número de áreas protegidas é habitado por comunidades que dependem do uso de seus recursos naturais não apenas para a sua sobrevivência, mas também para a sua reprodução social e cultural. Em muitos casos, as populações locais têm sido diretamente responsáveis pela gestão sustentável desses complexos ecossistemas por séculos. Iniciativas de Ciência Cidadã – entendida como a participação de amadores, voluntários e entusiastas em projetos científicos – têm envolvido o público na produção científica e em projetos de monitoramento da biodiversidade, mas têm limitado essa participação à coleta de dados, e têm normalmente ocorrido em locais afluentes, excluindo as populações não alfabetizadas ou letradas e que vivem em áreas remotas. Povos e comunidades tradicionais conhecem os aspectos ambientais das áreas por eles habitadas, o que pode ser benéfico para a gestão e o monitoramento bem-sucedidos da biodiversidade. Portanto, ao se tratar do monitoramento e da proteção da biodiversidade em áreas habitadas por populações humanas, o seu envolvimento é central e pode conduzir a um cenário onde todas as partes envolvidas se beneficiam. Extreme Citizen Science (ExCiteS) é um grupo de pesquisa interdisciplinar criado em 2011, na University College London, com a finalidade de avançar o atual conjunto de práticas da Ciência Cidadã. A ideia é permitir que qualquer comunidade, em qualquer lugar do mundo – desde grupos marginalizados que vivem nas periferias de áreas urbanas até grupos de caçadores e coletores da floresta amazônica –, comece um projeto de Ciência Cidadã para lidar com suas próprias questões. Este artigo apresenta os diversos aspectos que tornam a Ciência Cidadã “extrema” no trabalho do grupo ExCiteS, por meio da exposição de suas teorias, métodos e ferramentas, e dos estudos de caso atuais que envolvem comunidades tradicionais ao redor do mundo. Por fim, ressalta-se a maior preocupação do grupo, que é tornar a participação verdadeiramente efetiva, e sugere-se como iniciativas de monitoramento da biodiversidade podem ser realizadas de maneira colaborativa, trazendo benefícios a todos os atores envolvidos.